Como artistas podem criar pequenos distúrbios na paisagem social a fim de questionar a tecnologia e seus limites? O livro CTRL+ART+DEL se dispõe a refletir sobre ações críticas em arte e tecnologia.
É certo que você está sendo observado neste momento sob algum aspecto. Olhe à sua volta. Há câmeras de vigilância, satélites, telefones celulares, cartões de fidelidade de supermercados, chips de identificação, sites de relacionamento e mesmo a Wikipédia prontos para espreitá-lo. Invasão? Apenas parte de uma lógica de mercado? A contemporaneidade parece cada vez mais um prólogo ciberpunk, em que o indivíduo é cada vez mais insignificante. É então que surge uma produção artística, que se vale desses novos meios para introduzir pequenos distúrbios na paisagem social, cujo desafio é o de questionar a tecnologia e seus limites, assim como demonstrar a superficialidade das relações sociais e identificar o pensamento hegemônico. Entre reflexões e análises de trabalhos de web arte, instalações interativas e outros projetos de arte e tecnologia, Fábio Oliveira Nunes procura neste ensaio, que a editora Perspectiva publica em sua coleção Big Bang, reavaliar as diretrizes presentes. Abrindo este novo mundo por um atalho: faça CTRL+ART+DEL.
Neste livro de autoria de Fabio FON, lançado em 2010, diversos trabalhos de web arte, net arte, arte mídia, arte comunicação, performance, entre outras situações, tendo em vista a produção brasileira e internacional, foram abordados. Alguns dos artistas referenciados são: Fred Forest, Steve Mann, Lucas Bambozzi, Critical Art Ensemble, Egdar Franco, Perry Hoberman, Giselle Beiguelman, Minerva Cuevas, Suzete Venturelli e Mario Maciel, entre outros. As reflexões partem também da própria produção do artista, em trabalhos como Freakpedia, Vislumbres Pós-humanos (ambos desenvolvidos conjutamente com o artista Edgar Franco) além de trabalhos anteriores como ONOS e Delay n.2 ou Retardo n.2.
Em 2013, conforme Resolução SE 52, publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 15 de agosto, o livro é indicado como um dos referenciais bibliográficos para professores de artes do ensino público estadual de São Paulo, entre outros títulos que que “fundamentam e orientam a organização de exames, concursos e processos seletivos” para educadores de todo o estado.
SUMÁRIO
Apresentação – Gilbertto Prado 11
Introdução 15
1. O Contexto Inserido na Arte 29
Dadá 33
Conceitualismos 37
Arte Postal 40
Beuys: Arte como Escultura Social 44
Situacionismo 47
Arte Sociológica 52
Estética da Comunicação 58
Fred Forest 65
Mídia e Arte 69
Estética Relacional 73
Posturas Tecnorrelacionais 81
2. Relações e Mediação em Rede 89
Censura na Rede Internet 95
Web 2.0 99
Wikipédia 110
Produção em Web Arte 119
Freakpedia: Conceitos 125
Freakpedia: Técnica e Conteúdo 132
Ação e Mediação 141
Web 3.0 148
3. Hegemonia Cyborg 155
Cyberpunks 156
Cyborgs 166
Sociedade de Controle 169
Mercado e Tecnociência 175
Fluxos e Desacelerações 188
Emergência 195
A Aurora Pós-humana de Edgar Franco 202
Projeto Vislumbres Pós-humanos 208
4. Tecnologia e seus Distúrbios 219
Formas Relacionais 223
Distúrbios e Desvios 228
Ações de Convivência 234
Ações ao Monitoramento 241
Ações Intrínsecas 258
Ações com Modelos Sociais 271
Roaming e Grampo: Intrínsecos e Sociais 280
Outras Ações 289
Considerações Finais 295
Bibliografia 303
O livro também foi resenhado por diferentes autores como Vinícius Godoy na revista PORTO ARTE (UFRGS), disponível em http://seer.ufrgs.br/PortoArte/article/view/18794/10972, e Rafael Venancio na revista Rumores (USP), disponível em http://www.revistas.usp.br/Rumores/article/view/51199 .