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Ferramentas de ontem
Fabio Oliveira Nunes (Fabio FON)
Nota da atualização de 2005: Muitas das considerações sobre softwares e sistemas
operacionais aqui colocadas já não mais se aplicam,
hoje, cinco anos mais tarde (em julho de 2005, na atualização
deste site). Alguns programas já não possuem qualquer
relevância, como o brasileiro ComVC, do provedor UOL e o
programa de vídeo-conferência Microsoft Netmetting
(que já não está mais disponível para
Microsoft Windows XP). De qualquer forma, este texto – refletindo
a transitoriedade dos seus objetos de análise – se
faz necessário como um relato das tecnologias vigentes
em 2000.
As ferramentas de construção de Web Sites e espaços
virtuais na Internet evoluem-se a medida que existe um aumento
tanto qualitativo quanto quantitativo no trânsito de dados
da Internet. Quanto maior o número de bytes que posso receber
no meu computador conectado a rede, maiores são as possibilidades
de interação com outras máquinas conectadas,
seja por meio de uma comunicação cada vez mais veloz,
seja pela inclusão de novos recursos hipermidiáticos.
Atualmente, grande parte do que é construído na
Internet leva em consideração as limitações
de hardware e a pequena Largura de Banda - os poucos bytes que
podem chegar rapidamente e com facilidade a máquina cliente
- que se estabelece via o acesso discado (Rede Dial-up) que é
hoje, o mais utilizado.
É importante ressaltar a constante evolução
das ferramentas para uso na Internet, onde a cada ano, novas versões
de navegadores (browsers como Microsoft Internet Explorer e Netscape
Navigator) da WWW são disponibilizados, incorporando cada
vez mais recursos que aliados a novos sistemas operacionais -
como o Linux e Microsoft Windows 2000 - tornam a rede mais integrada
com outras funções do computador ( como editor de
texto, programas de tratamento de imagens entre outros). Para
quem cria Web Sites, a medida que novas versões de browsers
surgem, as possibilidades aumentam. A HTML (Hyper Text Markup
Language) - linguagem usada na construção de sites
- é dotada de comandos (Tags) que são criados a
cada nova versão de navegadores e que podem significar
melhoramentos funcionais e estéticos. O tratamento estético
de um site foi por muito tempo deixado de lado pelos primeiros
programadores de Tags da rede. A HTML, que até pouco tempo
era a única ferramenta para construção na
WWW, fora concebida simplesmente para ser uma maneira simples
de disponibilizar texto sem nenhum tipo de preocupação
estética.
Além de ser uma maneira muito simples para dispor informações
com o uso do hipertexto, a HTML tem como principal função
ser o que é, hoje, a Internet: universal. Em 1990, Tim-Berners
Lee, um físico do European Particle Physics Laboratory
(CERN), desenvolveu a HTML. Berners-Lee e seus colegas também
inventaram a
World Wide Web em 1989 e, em 1991, um navegador Web público
tornou-se disponível. Em 1992, o CERN começou a
promover a Web como ferramenta de informação e surgiu
o navegador Web Mosaic. A universalidade da HTML nasce da necessidade
de criar um padrão de linguagem que fosse compatível
para computadores mais antigos, com monitores monocromáticos
; em terminais em formato ASCII, onde é possível
visualizar somente texto; em microcomputadores de sistemas operacionais
diferentes tanto em fabricante como em idioma ; e claro, em máquinas
mais modernas.
Na prática, essa universalidade não é totalmente
benéfica, já que um site produzido em HTML, embora
visível em qualquer navegador, ele não é
visto de maneira igual por todos. Tanto o software (fabricante,
versão e configurações do navegador, plug-ins
instalados) quanto o hardware (resolução e número
de cores do monitor, kit multimídia, velocidade do processador)
influem diretamente no que será visto. Aos internautas,
expressões determinando configurações ideais
são tão conhecidas quanto os contadores de acesso:
"Este site é melhor visualizado com Microsoft Internet
Explorer versão 4.0 ou superior sob uma resolução
de 800x600, High Color". Célebres sugestões
como esta, com certeza, não são uma solução,
já que o internauta dificilmente irá mudar suas
configurações somente para entrar em um determinado
site. Assim, não há um controle eficiente para manter
sempre uma página de Internet exatamente igual para todos
que a visitam, principalmente se esta página foi concebida
somente utilizando-se de HTML.
Todo site é um mutante -
As resoluções de vídeo podem ser diferentes
de acordo com as necessidades de cada usuário. A
resolução de vídeo define o número
de pixels (unidade mínima de imagens digitais) que
serão vistos nas distâncias horizontal e vertical
do monitor. Um mesmo site, poderá ser visualizado
de modos bem diferentes quando vistos sob resoluções
diversas. Aqui temos a mesma página web do site de
arte Jodi
visualizado respectivamente sob as seguintes resoluções
do monitor: 640x480 pixels; 800x600 pixels; 1024x768 pixels.
Observe que em 640x480, o espaço com links é
menor, e tem-se a idéia de que existem somente três
retângulos pretos no sentido horizontal. Em 800x600
aparecem mais dois retângulos, totalizando cinco.
Por fim, em 1024x768 aparece mais um retângulo e o
conjunto todo é centralizado. A resolução
padrão recomendada por grande parte dos sites comerciais
é 800x600 pixels. Visitado em 04 de Março
de 2000. |
Enquanto as primeiras diretrizes da HTML nasciam em um laboratório
na Suíça, uma empresa chamada Sun Microsystems,
situada na Califórnia, Estados Unidos, desenvolveria uma
outra tecnologia que iria ser de grande importância no desenvolvimento
da rede: a tecnologia
Java. Essa tecnologia aparece oficialmente em 23 de maio de
1995, para cobrir as limitações da HTML e descobrir
novas possibilidades dentro da hipermídia. Na prática,
com Java, uma página da Internet pode possuir animações
com sons diversos ; animações que mudam de acordo
com o deslizar do mouse; imagens ao vivo via Web-Cams ; jogos
que funcionam on-line; chats com uso de voz entre participantes
e outras possibilidades que antes não eram possíveis
com a HTML aliada a CGI (Common Gateway Interface) - mecanismo
padrão de interatividade usado atualmente em formulários
online. A tecnologia Java basea-se em pequenos aplicativos (applets)
que são acionados no momento em que a página é
acessada. Hoje em dia, muito do que era antes produzido com Java
foi substituído por uma outra tecnologia que por utilizar
de arquivos menores e mais fáceis de serem criados, está
cada vez mais presente : a tecnologia Flash.
No início de 1997, a empresa Macromedia cria o programa
Flash que pode ser considerado entre os Web Designers, o mais
importante ponto para a inclusão da multimídia em
sites de Internet. A tecnologia Flash acumula muitas possibilidades
até então só disponíveis para CD-ROMs
: animações vetoriais, onde equações
matemáticas definem o desenho, a cor e a forma de preenchimento,
tornando-as livres de perdas de qualidade na redução
e ampliação ; uso de imagens fotográficas
(os chamados bitmaps) sob a forma de botões que interagem
na passagem do cursor do mouse ; liberdade na diagramação
de texto aliado a imagens animadas ou não ; uso de sons
e música devido ao alto grau de compactação
de dados do programa. Além das vantagens técnicas,
este programa ainda é um auxílio aos direitos autorais,
já que utiliza-se de pacotes "fechados", de modo
que não é possível (em condições
normais de uso), editar ou copiar textos ou imagens desvinculadas
do todo. Tendo em vista entender a Internet, é bom que
seja devidamente descrita a WWW, onde utiliza-se basicamente da
HTML, CGI, Java e Flash :
"A World Web Wide, mais conhecida como Web é o
que a calda do chocolate quente, o creme de chantilly e a castanha
de caju representam para um sorvete de baunilha. A Internet de
baunilha simples e tradicional é criptografada e difícil
de navegar. Embora ela ofereça um mundo de informações,
você precisa de um lugar para programas especiais e um conhecimento
detalhado de cada programa apenas para se aproximar do que está
lá. Mas a World Wide Web está em cima da Internet
de baunilha, tornando-a apetitosa." (Walsh, 1997:11)
O que nós vemos pelos navegadores da Web é somente
o conteúdo gráfico da rede, que é acessível
a todos, intuitivo e que não pede conhecimento de programas
complicados que eram utilizados antes do surgimento da WWW. A
Internet agrega muitos outros campos que se beneficiam da ampla
estrutura disponível na rede e que se comunicam com outros
computadores independentemente da World Web Wide: programas de
mensagens instantâneas, IRC, correio eletrônico, Mundos
3D, videoconferência, entre outros softwares. Por outro
lado, atualmente, esses campos independentes dentro da rede buscam
uma popularização e acabam migrando para a Web.
Os programas de mensagens instantâneas de um modo geral
seguem o mesmo padrão de funcionamento: cada usuário
possui uma lista de contatos e ferramentas para encontrar outras
pessoas que tenham interesses comuns ou que se encaixe em um determinado
perfil pré-determinado. Ao acessar a rede, o usuário
automaticamente vê na sua lista quem está conectado
simultaneamente e seu status (disponível ou ocupado). O
ICQ (I seek you), o mais utilizado entre os internautas, além
de enviar mensagens tanto off como online, possibilita estabelecer
bate-papo (chats) com muitos participantes, enviar mensagens via
voz, cartões virtuais, arquivos e URLs (endereços
da Internet). O Odigo, além de possuir uma interface que
descreve o humor do usuário e enviar mensagens, chats,
URLs e arquivos, possibilita a comunicação entre
usuários que estão visitando o mesmo site em tempo
real e possibilita também, anexar comentários sobre
a página visitada que estarão visíveis enquanto
o autor estiver online. Com recursos muito próximos do
ICQ, o AIM da America On Line e Yahoo! Messenger são muito
usados também. Entre os softwares brasileiros, o ComVC
do Universo On Line (UOL) é o mais utilizado mesmo tendo
menos recursos que os internacionais.
Este texto é parte integrante
do Trabalho de Conclusão do Curso de Bacharelado em Artes
Plásticas “Web Arte no Brasil: A arte telemática
criada por artistas brasileiros para a Internet”, realizado
sob a orientação do Prof. Dr. Milton Sogabe na UNESP
– Universidade Estadual Paulista. Esta pesquisa em nível
Iniciação Científica contou com
o apoio da FAPESP.
© Fábio Oliveira Nunes: entre
em contato.
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