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A Internet, em poucos anos de popularidade, virou sinônimo de modernidade e avanço tecnológico. Tanto indivíduos quanto empresas, se vêem na necessidade de “plugar-se”, de existir no “ciberespaço” e estabelecer relações por meio do virtual. Como diria Mc Luhan: “Os homens fazem ferramentas; as ferramentas refazem o homem”. Mas ainda, o que temos na Internet é um grande aglomerado de possibilidades e potenciais. Hoje, pensa-se o que estaria fazendo Leonardo da Vinci, caso vivesse no nosso tempo. Primeiro, é impossível crer que um homem nos dias de hoje pudesse dominar tantos campos do conhecimento – engenharia, artes, arquitetura, medicina entre outras ciências – mesmo sendo o acesso à informação, hoje, muito mais fácil. Pode-se dizer que Leonardo estava não somente no seu tempo, mas estava à frente dele, projetando de Helicópteros a Pontes Móveis, criando obras de arte como o grande ícone “Mona Lisa”, ou a “A última Santa Ceia”. Hoje, certamente, ele estaria explorando as possibilidades das novas tecnologias digitais. Leonardo antes de tudo foi um artista interdisciplinar e sabia muito bem relacionar entre os vários campos do conhecimento, sendo eles científicos ou não, com as artes e tirava um bom proveito disso. É por esse aspecto que podemos começar a estabelecer relações de um novo meio artístico, no qual o criar é ser artista e técnico ao mesmo tempo; é trabalhar com aspectos poéticos de um lado e de outro. A necessidade de ser um exímio conhecedor de técnicas que – a princípio – não tem nenhuma relação com um fazer artístico. Todo meio e material possui suas leis e regras de trabalho chamadas de técnica. Chamamos a aplicação desses conhecimentos de tecnologia. Os trabalhos artísticos produzidos por meio das novas tecnologias, possuem um diferencial em relação com a arte tradicional : pedem uma especificidade técnica muito maior no momento da criação em virtude de que na maioria das vezes a ferramenta ou processo utilizado não fora concebido com aquela função. A arte de vanguarda possui a característica de experimentação e desvirtuação de funções, como acontece nas artes ligadas às novas tecnologias. Voltando a fotografia, sabe-se que esta permaneceu a margem do
circuito das artes durante muitas décadas, mesmo depois
de ter colaborado – em parte – para um nova maneira
de pintar – seja por meio de impressões ou de expressões.
Embora decretada a pintura como morta, ela revigorou-se. Os novos
meios não acabam com os antigos. No máximo, o que
existe é um processo de transformação, como
aconteceu sucessivamente com o cinema e a televisão, o
rádio e a televisão e por último, com o jornal
impresso e o virtual. Mas, hoje, um novo meio surge e com ele,
uma nova arte que é rapidamente incorporada ao circuito
oficial das artes, de maneira que impressiona quando comparamos
com a lenta aceitação da fotografia.
Parte integrante da dissertação
de mestrado "Web Arte no Brasil: algumas interfaces e poéticas
no universo da rede Internet", realizada sob a orientação
do Prof. Dr. Gilbertto Prado, na UNICAMP. |
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